essa a meta da tarde
quando esfria a pele sem que
frio fique o dia,
as linguagens regressam às cúpulas
de folhas
e os treze nocturnos ainda nos esperam
sob o inerte
torreão do fim da infância,
escutaremos alguns
no pobre piano íntimo, o sexto
repetido como alma dos
dias,
percorremos a rua
até onde entra nela a aragem da ria,
e o café dum lado, do
outro a livraria,
à porta o chapéu largo e a barba
branca
dum poeta do passado
Gastão Cruz, Rua de Portugal, Assírio e Alvim, 2002, p. 31.