Diz Marlowe: "Acontece que em miúdo eu tinha a paixão dos mapas. Ficava horas a olhar para a América do Sul, a África ou a Austrália, e divagava por todas as glórias da exploração. Naquele tempo o mundo ainda tinha muitos espaços em branco, e sempre que eu via algum deles particularmente convidativo (mas isso todos eram), punha-lhe o dedo em cima e dizia: quando eu for crescido hei-de lá ir. Lembra-me que o Pólo Norte era um desses lugares. Pois bem, ainda lá não estive nem vou tentar conhecê-lo. Foi-se-lhe o encanto. Outros espalhavam-se à volta do Equador e em toda a espécie de latitudes dos dois hemisférios. Estive nalguns e... olhem, o melhor é nem falar nisso."
(Joseph Conrad, O Coração das Trevas, trad. Aníbal Fernandes, ed. Estampa, pp.24-25)