segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Reboliço é um nefelibata (13)

(Foto das nuvens no charco: Reboliço na Praia dos Salmões. Entre as pedras grandes, seixos rolados e pedrinhas, vai pondo pata atrás de pata. De vez em quando, molhada uma, sacode-a depressa, de frio. Mas os charcos que as rochas recolhem sempre estão menos gelados, assim quietos, do que o mar que as ondas atiram para a areia. A praia está um sossego, sem quase ninguém, nem o vento faz barulho: só se lhe vêem as rugas paralelas, exactas, nos lugares onde a areia não tem nada que a empate. Muito, muito em cima, as nuvens são mal uns farrapinhos, umas sobras de céu branco. Caramujos, cascas inteiras de ouriços-do-mar, lapas, folhas largas, folhinhas esponjosas e pesadas dentro da água, verdes, arroxeadas, azuis - juntam-se ao ruído muito próximo, baixinho, que fazem os charcos devagar, e ao cheiro à maresia.)