segunda-feira, 25 de julho de 2011

A noite

O Reboliço não se recorda de ter ouvido com tanta claridade - será o ar mais húmido? - o grito dos pavões, vindo do jardim da Alameda. Ou a humidade ou o desafio que aos pavões fazem as cigarras, a noite toda a crrrrricrrrricrrrrinar. O Reboliço senta-se na varanda, o focinho para lá do fresco parapeito de mármore, e dormita. Sente passar as horas como se levasse à boca mel a escorrer de uma colher com a parte côncava para baixo.