quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Meus manos

- Eu cá, Reboliço, gosto de andar de um lado para o outro.
- Pois é, Luca - haja quem. Já eu, quieto aqui no canto quente da casa, prefiro imaginar como seria o mundo sem distâncias: sem quilómetros, sem oceanos, sem estradas entre aqueles a quem quero ter à frente todos os dias. Para poder abraçá-los num mesmo gesto, como fiz aos meus irmãos no dia em que nasceram, há mais de sete lustros. Agora, estão eles como tu: cada um na sua esquina do mundo, saltitões, imparáveis.
- Ah, mas podias fazer de outra maneira para abraçares os teus manos, Reboliço. Arranjavas umas patas elásticas, estendias, estendias, estendias cada uma delas, e caçavas os bichinhos no abraço!