quinta-feira, 28 de junho de 2012

So long lives this

Ponham-se uns trinta anos para trás de hoje. Nada de blogues, nada de Internet. Nada de jornais digitais, livros digitais, bibliotecas ou livrarias digitais. Nada de multibanco, ATM, tirar notas da parede, comprar bilhetes de comboio pelo telemóvel - ah, quase nada de telemóveis. Televisão o dia todo, televisão por cabo - nada. Vinho em pacotes? Nada. Comida light? Zero calorias, iogurtes sem gordura? Nada. Ultracongelação, nada. Massificação de produção de fruta, nada, aqui perto. Agora devolvam-se os trinta anos. Como, como é possível que as ameixas do moinho saibam ao mesmo sabor, fresquem a mesma frescura, polpem a polpinha mesma, a mesma amarela, a mesma doce, a mesma que escorre quando a ferem os dentes com lenta, amorosa dentada, a mesmíssima árvore que não, por nada, se altera?
Foto das ameixas - e dos doces, doces cinco figos - que a mãe e o pai apanharam e expediram, pela tia: Reboliço, lambuzado.