quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Prémio de Poesia PEN Clube Português

CAMPO GRANDE

                                                para o Jorge Roque

Portugal era, no teu livro por vir,
um alvo a abater, enquanto
na muda televisão se discutia
o Orçamento Geral do Estado
(talvez nem tenhas dado por isso).

Pior ainda: não se podia fumar
e fingíamos aceitar mais uma tarde
de Novembro, sem regresso.
Também não podia saber que seriam
estes, e não outros, os versos de Bingre
que me levariam hoje a casa:

«A Morte é sempre a vida que logramos,
Pois morte são os dias que vivemos

Manuel de Freitas, Cólofon, Fahrenheit 451, 2013, p. 13.
(É um livro que não é um livro, tem poemas mas são abraços aos amigos que todos temos.)