para o Jorge Roque
Portugal era, no teu livro por vir,
um alvo a abater, enquanto
na muda televisão se discutia
o Orçamento Geral do Estado
(talvez nem tenhas dado por isso).
Pior ainda: não se podia fumar
e fingíamos aceitar mais uma tarde
de Novembro, sem regresso.
Também não podia saber que seriam
estes, e não outros, os versos de Bingre
que me levariam hoje a casa:
«A Morte é sempre a vida que logramos,
Pois morte são os dias que vivemos.»
Manuel de Freitas, Cólofon, Fahrenheit 451, 2013, p. 13.
(É um livro que não é um livro, tem poemas mas são abraços aos amigos que todos temos.)