Estou a arrumar os livros e encontro duas coisas: um pequenino desenho do João (uma das suas lagartinhas fatigadas a passear sobre a linha de tinta da China) e as Cartas do Daudet, traduzidas por Ricardo Alberty. Tenho também o original francês, mas há-de ser cedo... O livro começa com uma escritura notarial: um senhor Mitifio vende ao senhor Alphonse Daudet um "moinho de vento e de farinha". Declara o senhor Daudet que, "não obstante ... a mó partida e a plataforma onde a erva cresce entre os tijolos", acha o "dito moinho em condições e podendo servir para os seus trabalhos de poesia". O triste é não se poder fazer pão onde se faz poesia.
Outra descoberta, faço-a no número de Out/Nov/Dez do Jornal dos Arquitectos: um artigo de Eduardo Lourenço sobre o Livro do Desassossego. Já não durmo sossegada.