segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Do céu dos cães

- Olha quem ali vem, Rafa. Anda aqui há dias, assim cabisbaixa.
- Oh!, tão pequenina... É a Pa-Ma - parece perdida, Lobito.
- Chamaram-me?
- Sim, Perdida. Tu que és pequenina, como ela, vê se falas com a Pa-Ma. Está ali com um ar desconsolado, mete dó.
...
- Ora então, como vês, não é assim tão mau este lugar, Pa-Ma.
- Já vejo, Perdida, mas não quero estar aqui... Tenho saudades da minha Cris!...
- É verdade, bichinha: custa a gente habituar-se a não ter os donos perto. Mas sabes, Pa-Ma?, só não os vemos, que eles de vez em quando aparecem aqui a espreitar quando se lembram de nós nas memórias boas. E nós podemos de vez em quando saltar de uma nuvem e aterrar num sonho deles. Anda comigo, que eu ensino-te como se faz.