Este artigo de Lera Boroditsky (que suscitou no blogue do Jason Kotke uma série de comentários e algumas ideias estranhas sobre os falantes de espanhol) ajuda-me a perceber algumas particularidades sobre a língua e sobre a cultura da Finlândia. No finlandês não há marca morfológica de género nas palavras nominais (nomes próprios, adjectivos, nomes comuns, particípios, pronomes). Para Boroditsky, cujas conclusões se fundamentam em testes feitos com falantes de línguas em que as marcas de género são evidentes (alemão e espanhol), o pensamento dos finlandeses deve ser, então, mais difícil de definir. A ideia de que os traços da linguagem moldam o pensamento não é nova. Testá-la deveria ajudar a clarificar e a consolidar a ideia. Estranhamente, tendo a concordar mais com as conclusões se me abstrair dos testes que conduziram a elas. (Kleist vira ainda outro lado da relação entre o pensamento e a linguagem.)